Preencha os campos abaixo para submeter seu pedido de música:

A ERA INCERTA DOS RELACIONAMENTOS - Nova Difusora

Fale conosco via Whatsapp: +55 11 976774820

No comando: AVENTURAS SERTANEJAS EDIÇÃO DE SÁBADO

Das 09:00 às 11:00

No comando: Francisco Rossi e você

Das 10:00 às 12:00

No comando: Sintonizados

Das 12:00 às 14:00

No comando: Roda de Amigos

Das 13:00 às 14:00

No comando: AVENTURAS SERTANEJAS

Das 14:00 às 15:00

No comando: CLÁSSICOS SERTANEJOS EDIÇÃO DE SÁBADO

Das 14:00 às 16:00

No comando: POSCAST

Das 15:00 às 16:00

No comando: Jornada Esportiva

Das 15:00 às 18:00

No comando: SAMBA DO BOCA

Das 16:00 às 18:00

No comando: Verdades Vivas

Das 17:00 às 18:00

No comando: Nova Esporte

Das 18:00 às 19:00

No comando: Pega Leve EDIÇÃO DE SÁBADO

Das 18:00 às 22:00

No comando: Pega Leve

Das 20:00 às 22:00

A ERA INCERTA DOS RELACIONAMENTOS

Gislene Teixeira: Sexóloga

 

Eu abri o notebook, uma xícara de café fresco e o texto prontinho nos meus pensamentos, então pensei: Vou escrever sobre a “Era do amor”. Então, digitei o título, olhei para a tela e pensei: Mas será mesmo que estamos vivendo a Era do amor? Mas qual amor? Então apaguei e escrevi : “A era doS amoreS”, afinal vivemos a era dos amores líquidos, vários, múltiplos e diversos. Até pensei em contar aqui para vocês sobre “A era dos amores líquidos“ do sociólogo Zygmunt Bauman, que foi quem cunhou o termo, mas travei de novo no texto e apenas olhava a tela com o título e escrevia e apagava, escrevia e apagava, pois pensei: Mas será que o importante hoje são os relacionamentos ou os amores?

Pois é, relacionamentos ou amores, mas pela lógica, um está inserido no outro, certo? Sim, quer dizer, não necessariamente. De repente, um turbilhão, uma avalanche, um tsunami, tudo junto e misturado, e assim, vi meus pensamentos embolados, pensando, vendo em flashes: “Amor é fogo que arde sem se ver…” de Camões, e penso: não, isso parece arcaico para quem vive a Era líquida. Então pensei em filmes, livros, contos-de-fada, músicas e romances: Romeu e Julieta, Ghost, Titanic, Cinderela, Roberto Carlos, pares românticos de novelas, tudo isso que nos trazem um quentinho no coração, leve taquicardia e algumas lágrimas escorrem pelo canto dos olhos idealizando o amor romântico.

E novamente pensei, mas será que isso ainda existe? Na Era da fragilidade de laços e na brevidade de vínculos? À priori, a tão enfatizada, “Era líquida” que de fato, se mostra uma de uma liquidez insana, vínculos frouxos, elos frágeis, relações flexíveis, vulneráveis e máscaras. Sim, muitas máscaras, mas não, não estou falando das de tecido que usamos por dois longos anos, mas sim, das máscaras que são verdadeiros sinais de camuflagem sentimental.

Não, não estou brincando não. Estou falando sério, camuflagem sentimental, pois expressar, externar os sentimentos é quase motivo de cancelamento, desses que a gente vê nas redes sociais. Imagina, se colocar vulnerável, expondo seus sentimentos, dizendo o que sente ao outro? Não, é intimo demais, se colocar nas mãos do outro. O que ele pode fazer sabendo que eu tenho um carinho maior, uma amorosidade por ele? Pode me manipular, pode me esnobar. Não, preciso me manter firme, durona, faz parte do “jogo”, mostrar desinteresse e correr do risco de ser vista como “chicletinho”, nem pensar, aqueles tipos que mandam mensagens todos os dias.

E pensar que houve a época em que no lugar dos amores, havia mesmo os casamentos arranjados, principalmente quando se falava dos estratos sociais mais elevados. Ainda bem que essa época acabou, não é mesmo? Acabou? Mas quem disse isso? Não, apenas foi modificado o modus operandi. É, você já ouviu falar de hipergamia, ou de “alpinismo social”? Não, pois é, sabe o que estou fazendo aqui? Trazendo vários termos, realidades diversas, sabe para que? Para que possamos aos poucos entendermos, que mundo é esse que está diante dos nossos olhos, quando o assunto são relacionamentos.

O que eu quero que vocês entendam é que, não há certo ou errado, diante dos diferentes  moldes de se viver um relacionamento. Há uns que são mais tradicionais e que serve para uns, outros para outros, mas de uma forma ou de outra, precisamos estar antenados sobre esse universo. Vai que você está “avulso na pista”, não é mesmo?

Mas eu perguntava mesmo sobre o amor, não era? Pois é, eu quero saber se ainda há espaço para o amor, aquele de verdade, sentimento nobre, ou se amor é mesmo coisa do passado? Como é o amor na Era Tinder? Na Era dos Contatinhos? Na Era que casal, vira trisal? Na Era do poliamor? Na Era não mais e não só dos triângulos amorosos mas também dos quadrados amorosos? Na Era dos relacionamentos extrapar mas que não são tão extrapar assim? Vocês viram recente que uma pessoa casada, faleceu, mas havia deixado na apólice de  seguro de vida, a amante, como beneficiária.

Esses modelos de relacionamentos alargados e espalhados pela nossa sociedade, precisam ser entendidos, para que possamos saber como as pessoas estão vivendo seus relacionamentos abertos ou fechados, únicos ou plurais, monogâmicos ou não. Quais os acordos na seara da conjugalidade estão sendo celebrados? Quais os combinados, são claros, o que pode, o que não pode? Fidelidade  acompanhada ou infidelidade assistida? “Eu quero ficar com você mas eu não preciso de você para nada, fui clara?”, “almas gêmeas” ainda existe ou agora o que vale são “almas à fim”, ou será que deve-se perguntar: A fim de quê? Lembram das “afinidades eletivas”, de Goethe? Será que ainda são válidas na Era dos amores líquidos ou essa alquimia foi pelo ralo?

Ufa, quantos viéses unem e separam as pessoas hoje, não é mesmo? Eu iria dizer: “separam os casais”, mas ai lembrei dos trisais, poliamores, quadrados amorosos e me corrigi em tempo.

Começo a achar que devo cunhar o termo “Era dos relacionamentos agridoces”,  ora doce, ora amargo – ora ácido, ora doce. Oras, você deve estar pensando: Mas sempre foi assim: Altos e baixos, picos e vales, não foi? Sim, foi, e é, eu acho, ou deveria ser. Mas na “Era Tinderesca”, dos “contatinhos”, são expostos em uma vitrine virtual, e devido ao leque de opções e oferta simples e fácil, fica igualmente fácil e simples descartar os: baixos, vales, ácidos e amargos –  e ficar apenas com as partes dos: altos,  picos e doces.

Pois bem, afinal que Era é essa? Era dos amores líquidos, Era do Tinder, Era Agridoce ou Era que já era? Bem, eu não sei se já era ou se não era. Eu só espero que você não me diga que o amor já era. Porque, esse, não pode ter sido, ele tem que continuar sendo. Sempre o amor, respeito e admiração são os elos que sustentam um relacionamento, e que se sustentam em si, pois se torna um ciclo virtuoso e que se retroalimenta em si.  Mudam-se os tempos e as formas de se relacionarem mas a  “Era  do Amor” é soberana e imutável.

 

Acompanhe nossa coluna, venha comigo para construirmos e caminharmos juntos por essas alamedas dos relacionamentos.  Comente e compartilhe, interaja, quero muito saber suas impressões sobre nossas reflexões.

 

Obrigada, até o próximo texto, e me sigam também nas redes sociais.

 

Gislene Teixeira

Especialista em relacionamento e sexóloga.

@gislenesexologa, @gisleneteixeira

Youtube – Diva & Sexy

Deixe seu comentário: