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UM BALANÇO DA GUERRA RÚSSIA-UCRÂNIA

Carlos Eduardo Pérez

Hoje, dia 25 de março de 2022, acabamos de completar um mês em que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia começou, com a invasão das tropas russas no território ucraniano. Nesse contexto, é oportuno fazermos um balanço do conflito, tanto do ponto de vista militar e diplomático, quanto da crescente crise humanitária, considerada uma das crises de refugiados mais sérias experimentadas pela história contemporânea.

 

Situação Militar estagnada

Em termos militares, duas das principais frentes, uma das quais se encontra a capital Kiev, estão em situação de estagnação.

Isso muito se deve em razão tanto das estratégias militares russas, para as quais muitos analistas atribuem equívocos, quanto da própria valentia do exército ucraniano. De fato, viralizaram alguns vídeos de combate que mostraram erros estratégicos dos militares russos, como ataques enfileirados de tanques, o que, segundo analistas de guerra, torna a ofensiva militar mais vulnerável. Em grande medida, esse exemplo ilustra a estratégia militar russa, que se baseava em um ataque rápido, multi-dirigido e com grande mobilização. Mas isso não foi bem sucedido.

Por outro lado, a mobilização da sociedade e do exército ucraniano, ambos encorajados pela própria postura de liderança do presidente Zelensky, refletiram-se no campo de guerra e na resistência militar do País, e isso tem levado à atual situação de indefinição no teatro de guerra. É importante lembrarmos que a disponibilidade de armas pelas potências ocidentais tem ajudado essa resistência.

 E as possíveis consequências dessa estagnação?

Como desdobramentos, essa situação de paralisia pode significar uma oportunidade para a Ucrânia. Sabe-se que a diferença entre os recursos militares entre ela e a Rússia é enorme; entretanto, se a resistência ucraniana se reverter em contraofensivas bem sucedidas, a Ucrânia pode se colocar em uma situação mais positiva nas negociações pós-conflito. Parafraseando Carl von Clausewitz, o teórico militar prussiano do século XIX, cuja frase é um clássico das relações internacionais, “a guerra nada mais é que a continuação da política e da diplomacia por outros meios, e vice-versa’”. Além disso, à medida em que a estagnação continua, o próprio exército russo desmotiva-se, o que se desdobra nos mesmos efeitos.

Por outro lado, se as contraofensivas ucranianas falham, isso pode levar a ataques russos ainda mais pesados, contribuindo para o número de mortes militares e civis. Trata-se de uma perspectiva muito negativa, uma vez que os conflitos tendem a se desenrolar cada vez mais nos centros urbanos. No balanço dos 30 dias de guerra, essa implicação militar nos leva e discutir um outro ponto, a grave situação humanitária.

Uma crise humanitária que já entra para a história.

 

Segundo dados do ACNUR (Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados), que representa importante órgão da ONU responsável por diagnosticar a situação humanitária no mundo, mais de 3,6 milhões de ucranianos já cruzaram a fronteira para buscar refúgio em outros países, como a Polônia, um quadro que já é considerado uma das crises humanitárias mundiais mais graves desde a Segunda Guerra Mundial.

Essa espécie de refúgio, do tipo humanitário, é considerada uma das situações mais graves de violação dos Direitos Humanos, segundo estudos internacionais, uma vez que afeta as pessoas mais vulneráveis. Como temos visto, normalmente são mulheres, crianças e idosos que mais sofrem com esses deslocamentos, sem contar a separação entre entes familiares, em decorrência desses fluxos e dos óbitos.

Além desses quase 4 milhões de refugiados, existem ainda mais de 6,5 milhões de deslocamentos internos, isto é, pessoas que ainda permanecem no país, mas que vão em direção a outras regiões ucranianas. Em números, refugiados mais deslocados internos contam quase 10 milhões de pessoas, o que representa quase ¼ da população ucraniana, mostrando o impacto disso nas gerações seguintes. Em 1 mês de conflito, esse é um dos piores, se não o pior, efeitos da guerra Rússia-Ucrânia.

Negociações diplomáticas existem, mas sem poucos efeitos substantivos

Sob a perspectiva bilateral, entre Rússia e Ucrânia, há, de fato, negociações e encontros constantes, mas ambos os atores parecem aguardar os desdobramentos da situação militar mais adiante, para obter uma melhor situação nas conversas, o que nos leva novamente à frase de Clausewitz. O mínimo de boa fé tem de existir nessas negociações, para que a outra parte possa dar um passo adiante, o que pode não ser o caso quando uma das partes usa um acordo de cessar-fogo temporário, para ganhar terreno no conflito.

Sob aquela que envolve outros atores, existem igualmente indefinições, ou melhor dizendo, definições que não levam a um envolvimento direto no conflito. Após um mês, esse quadro mantém-se. Ao mesmo tempo em que facilitam a obtenção de armas por parte do exército ucraniano, EUA e países europeus continuam priorizando a intensidade cada vez maior de sanções econômicas. Esse aumento de sanções econômicas e disponibilidade de material bélico têm implicações no potencial auxílio que a China pode dar a Rússia. Mais do que ‘’ o que’’, é importante saber ‘’como’’ e ‘’se ‘’ a China o fará, e isso pode ser um divisor de águas para o conflito, uma vez que envolve todo o quadro geopolítico internacional entre China e EUA.

Outro ponto-chave, para um envolvimento direto, continua sendo a linha tênue envolvendo a OTAN, uma vez que um ataque a qualquer membro levaria à mobilização militar estadunidense e europeia. Como vimos acima, a estagnação de guerra pode suscitar um gesto imprudente de Putin, levando ao que seria um novo conflito mundial.

 

Tomara que não. Seja qual for o resultado do jogo militar, espera-se seu rápido desfecho pela via do diálogo, para se dar fim, sobretudo, a já histórica e grave situação humanitária vivenciada pela população ucraniana.

 

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